Glória de Dourados, 29 de Março de 2024
Quarta, 20 de Fevereiro de 2019 - 07h37
Advogada ameaça suicídio e júri de acusado de matar avó é suspenso
Julgamento era realizado quando a advogada de defesa desabafou sobre problemas pessoais
GLAUCEA VACCARI
Correio do Estado

Acusado de matar a avó espancada, Weikman Aguinaldo de Mattos Andrade da Silva teve o julgamento suspenso, na tarde de hoje, após a advogada de defesa ter demonstrado problemas emocionais e ameaçar cometer suícidio perante o júri. Julgamento estava sendo realizado na 1ª Vara do Tribunal do Júri.

De acordo com informações da assessoria de imprensa do Fórum, o júri estava sendo realizado, quando a advogada passou a agir de modo estranho e, em vez de defender o réu, começou a chorar e falar de problemas pessoais.

Diante da situação, Ministério Público pediu ao juiz, Carlos Alberto Garcete de Almeida, para que a sessão fosse encerrada e anulada, por entender que o réu estava sem defesa. Conforme a Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS), no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta.

Após se reunir com o Conselho de Sentença, magistrado decidiu pelo adiamento do julgamento, tendo em vista a advogada demonstrar que não poderia prosseguir com a defesa.

O julgamento foi remarcado para o dia 9 de abril e o réu deverá apresentar novo representante de defesa em cinco dias.

OAB APURA

Conforme a OAB, a presidente da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas da OAB, Silmara Salamaia esteve no júri e acompanhou o caso e que, em virtude da situação, a OAB fará apuração do ocorrido.

Em nota, a Ordem informa que o direito de defesa do acusado é a garantia fundamental a um processo constitucional e democrático e que ela deve buscar todas as situações que possam reverter em benefício do acusado para inocentá-lo ou reduzir ao máximo a pena que lhe pode ser imposta, não havendo uma limitação ao direito de defesa

“Entretanto, o que, a princípio, foi verificado, é que a advogada buscava uma linha argumentativa com divagações sem relação direta com o caso posto sob julgamento”, diz a nota.

HOMICÍDIO

Weikman responde por latrocínio - roubo seguido de morte - e ocultação de cadáver, por matar a avó, Madalena Mariana de Mattos Silva, 59 anos, em maio de 2016.

O caso aconteceu no bairro Itamaracá, em Campo Grande, na rua Naor Lemes Barbosa.

De acordo com sentença de pronúncia, o acusado confessou em interrogatório que teria discutido com a avó depois de ter usado os créditos de celular dela e que, após ela ter proferido comentários negativos sobre a mãe dele, sentiu muita raiva e a agrediu.

Segundo a Polícia Civil, o neto asfixiou Madalena e bateu a cabeça dela no chão até a morte. Em seguida, ele tentou limpar o local do crime e levou o corpo da vítima para uma estrada vicinal próxima do bairro.

No começo, ele negou, mas depois confessou o crime, alegando que, após a morte da avó, poderia vender os pertences da casa e pagar uma dívida de R$ 3,7 mil.

 
© 2012 - 2017 - GloriaInforma - Todos os Direitos Reservados